Friday, February 03, 2006

Hollidays

Most people crave for holidays.
Never really understood holidays.
In general I dislike holidays.
Except for crazy countries, animals and warm waters, I like to stay home.
The world is in my PC, hourly.
I like my days.
I like the sound of the words and the power of text.
I dont have to go to Manchuria to know the place.
Books, radio, internet and newspapers provide me a first class ticket to everywhere. In an absolute confort without incurring in the dangers of flying. Like Jules Verne.
Most entrepreneurs I know dislike travel.
When travelling they sniff around.
Creative ideas, new businesses, learning the most in the shortest time.
The reson?
Well, basically, they enjoy pretty much their lives. And it is not for changing country that they change their minds.
That, they do it daily, in their home country.
So, DONT TRAVEL.

The singing man

Sometimes one finds himself sad and depressed, for absolutely no explainable reasons.
I scooted to my office this morning and I heard a drunk homeless singing "I did it my way".
I think on the meaning of life.
He has nothing, going nowhere, lonely. However he is the singing man. In that brief period of his, I am sure, complex, tough, difficult life, he found a reason to sing.
We dont sing so much these days. He sung.
He sung about his life. He was happily singing because he did it his way, and that was enough. Life is always surprising us. Watching, hearing and feeling it ads interpretation value to our global compreension of what we are doing here.
The thing is, we run too much. We are not living, just going ahead.
Take a day, every day, for what it is. Skip the future and trade it for today. And if you can, sing "I did it my way". Even if you didnt.
A man.

www.milliondollarhomepage.com

Life is so cool sometimes.
One 21 years old man from Britain launched an internet page with a million advertising spaces (=1 million pixels) to be sold for 1 dollar each.
He sold them.
He is rich and will be even more rich. He become an entrepreneurial legend.
A simbol of "If you will build it, they will come".
Build yourself.

O portão

A little blog about life and happiness...
Saio de casa e encontro uma fila de carros da Rua da Emenda, Camões, Chiado, António Maria Cardoso até à porta do portão da antiga Universidade Livre no início da Rua Victor Cordon.
Um carro mal parado não deixa um camião fazer a curva.
O costume.
Aparece uma jovem atrapalhada para fazer face a uma multidão enfurecida.
Ela pede desculpa e entra no carro para avançar 30cm, entrando dentro dum páteo, deixar passar o camião e voltar a parar mal o carro.
Aparece um senhor a acenar a cabeça.
A senhora não pode avançar. O espaço é Propriedade privada e ela não pode avançar o carro 30cm. Para depois recuar.
A senhora explica o que se passa que o senhor vê.
O senhor diz que não.
A multidão, espuma de raiva e avança para o senhor.
O senhor aponta para uma placa e diz que não.
O temor reverencial dos portugueses pela lei e placas obriga-os a sacrificar o seu bom senso. A multidão recua, estupefacta.
O senhor começa a fechar o portão.
A fila continua imóvel.
O senhor volta para o prédio de onde tinha saído. A rir.
Portugal....a regra sem excepção. Volta Brecht!

Social Entrepreneurs, INSEAD

An Amazing thing....
Ive been to INSEAD doing a 5 day course on Social Entrepreneurship.
I did hundresd of these courses in my life. All over the world, in the best universities with top teachers and management gurus.
What really amazes me is the emotional link participants establish among themselves.
One would expect cross learning, business generation and sales leads would top the rewards for theses courses.
Nah.
What stays inside us is a deep sense of belonging, on global understanding and a commitment to ou social individual purposes.
COol.

Interview

Vanity is the mother of all sins...
My professional background and personal profile were published in the largest and most important newspaper in Portugal.
How should I feel?
Proud?
Happy?
I am sorry the journalist didnt publish my most important features, as are the actions I am running, improving other peoples lives.
Who knows me better?
Someone who spoke with me for 3 hours, or myself?
Who is more independet?
Is she right?
How many times our self image is wrong and people are interpreting us in a completly different way?
What are we?
What we think we are? Or how people read us?
Self assessment is many times the father of all mistakes!!

Escola do Empreendedor!!


Caros bloguistas empreendedores,
Conhecemo-nos a todos na Escola do Empreendedor da ANJE, que decorreu entre 1997 e 2004, com excepção de 2003.
Todos tínhamos a vontade de algum dia ter alguma coisa nossa.
Tínhamos um rumo, algumas ideias e muita vontade.
Alguns chegámos lá, outros estão a caminho e outros ainda não começaram.
Uns já gritam "Conseguimos".
Fui vosso formador, e dou o arranque a este espaço de troca de ideias experiências e quiçà alguns negócios....
Agora, se quiserem comentar ou publicar artigos basta enviarem-mos pelo email do blogue ou pedirem-me um acesso à edição directa.
Este é um blog como todos os outros mas será seguramente mais usado pelos alunos das Escolas do Empreendedor da ANJE. Seria bom que assinassem os vossos artigos com o ano da vossa escola (tipo EE02, ou EE98) e colocassem o que estão a fazer e o vosso contacto. Assim a rede começaria de imediato a gerar valor.
E não se esqueçam, se quiserem publicar directamente os vossos artigos directamente no blog, eu abro-vos um login de administrador...basta enviar um email para vdois@mail.telepac.pt
Até breve!!

Os grandes e os pequenos!

Leio os jornais de fim de semana. Vaz Guedes isto, Belmiro aquilo.
Falam sempre dos mesmos.
As pequenas e médias empresas representam mais de 60% do emprego e 70% do VAB nacional.
Algumas delas são incrivelmente inovadoras e têm projecção e reputação mundial.
Porque não contar as suas histórias?
Contem aqui as histórias das vossas empresas.
Amanhã conto a nossa.
Depois talvez também conte a doutras.
Até breve

A Ideiateca

A Ideiateca emprega 20 pessoas directamente e proporciona rendimento a mais de 1500 prestadores de serviços nacionais, algumas com uma empregabilidade particularmente frágil (desempregados, donas de casa, reformados).
Pagando IRC há 4 anos, a empresa tem o seu parque informático legalizado, é associada da MSPA (associação mundial que tutela a deontologia do sector do cliente mistério), sócia da APODEMO e alguns dos seus quadros são associados da ESOMAR.
Fornece serviços de estudos de opinião e mercado, avaliação do atendimento e consultoria de vendas e visibilidade às maiores empresas portuguesas e multinacionais que por cá operam, tendo recentemente arrancado com a sua associada no Brasil a sua actividade fora de Portugal.
Não temos queixas a fazer, não pedimos nada a ninguém.
Continuaremos a crescer (cerca de 60% ao ano), cada vez mais rentavelmente, com produtos e serviços inovadores e que acrescentam valor à operação dos nossos clientes.
Julgamos que há espaço para colaboração entre empresas da nossa dimensão e estamos disponíveis para: trocar ideias, apoio e know-how bem como comprar equipamento e serviços e/ou vender os nossos serviços a quem nos procurar.
António Pacheco
218844111

Empreendedores

AutoEmprego ou Desemprego – Reflexões sobre o não-empreendorismo

Objectivo

O objectivo desta reflexão é o de estabelecer um quadro compreensivo das causas do baixo nível de empreendorismo em Portugal, levantando e avançando induções, acabando com propostas concretas que penso poderiam constituir bons pontos de partida para a construção duma nova geração de empresários[1].
[i]
O Estado de Espírito

Vivemos em Portugal, e na OCDE em geral,há muito, numa sociedade de empregos seguros com a protecção e omnipresença do Estado nos momentos de crise (desemprego p.e.). Em casa, na escola, no emprego, na comunicação, no entretenimento, a maioria projectou como fórmula da felicidade, os benefícios dum emprego seguro e bem pago em detrimento da assumpção de riscos e correspondente remuneração duma vida empreendedora.
Portugal é um dos países com mais baixos índices de empreendorismo[2] na OCDE[3].
Para se ter uma noção muito simplificadora, enquanto no Brasil um em cada oito cidadãos está a iniciar o seu próprio negócio e na Irlanda e Japão esse número sobe para 1/100, em Portugal é seguramente superior a 1/200. A urgência desta necessidade e preocupação empreendedora é transversal na União Europeia, onde existe mesmo uma The European Charter for Small Enterprises, mas, paradoxalmente na Grã-Bretanha, há muito que Tony Blair pretende mas não consegue ensinar o empreendorismo na escola.

O emprego morreu[4]

O mundo ocidental vive uma situação complicada de emprego.
A virtualização e terciarização da economia dos países da OCDE tornam redundantes e menos núteis centenas de milhares de trabalhadores (milhões?) que anteriormente operavam nos sectores primário e secundário. Enquanto a imigração fde fora da EU, vai ocupando os postos de trabalho indesejados e tornados socialmente desprestigiantes, o Estado, o maior empregador português, simultaneamente mais tarde ou mais cedo lançará para o gigantesco e crescente contingente de desempregados mais 200 ou 300 mil a fim de cumprir um cada vez mais complicado equilíbrio orçamental e social.


A incipiente e microscópica investigação e desenvolvimento em indústrias ou serviços de ponta em Portugal tornam altamente imprevisível a criação de novos postos de trabalho, que seriam sempre, por estes motivos, em número reduzido; o IDE (investimento Directo Estrangeiro), tradicionalmente gerador de emprego estável e bem remunerado foge de Portugal para a Europa centralizada (mais educada, com melhor preparação técnica) e para os países de dimensão económica relevante ou com mercados em surgimento (Roménia, sector automóvel) ou de significativa dimensão (China); falta à actividade turística[5] uma capacidade de auto-organização suficiente e ao meio ambiente político onde ela devia florescer uma visão e know-How que a projectem definitivamente como um dos caminhos de desenvolvimento do país (desordenamento da orla marítima, falta de grupos nacionais de dimensão relevante; falta de infra-estruturas viárias; incapacidade de criação de roteiros de turismo fora da rotina praia-escaldão-sardinhas-alcool procurados pela maior parte (embora de menor poder de compra) dos turistas que nos escolhem.

O seguro emprego do Pai[6]

A maioria das crianças em Portugal não sabe o que faz o pai[7]. Mesmo apesar do crescente desemprego, a maioria tem do emprego uma impressão de segurança e tranquilidade e os pais tendem a protegê-los das preocupações por que eventualmente passem na gestão dos seus salários ou carreiras até uma certa idade. Esta protecção sentida pelas crianças torna-as menos propensas a um melhor conhecimento, e adjacentemente à rejeição do risco de diferentes alternativas profissionais que não impliquem a segurança e estabilidade do rendimento, mais sublinhada pelo enquadramento legislativo que até recentemente fazia, de facto, de qualquer emprego, um compromisso para a vida entre a empresa e o trabalhador.

É também na rotina quotidiana que se impõe o trabalho assalariado. As férias em calendário pré-definido, os dias de ir às compras, a hora de saída e chegada do pai a casa são estruturantes da sensação de rotina e segurança que esconde outras alternativas de subsistência que não passem por trabalho assalariado.

Na escola ou liceu não se comparam “o que o teu pai vs aquilo que fez o meu pai”, nem sequer que carreira ou posição conseguiram. Comparam-se sim os símbolos, as projecções desse sucesso, onde o carro é porventura a mais evidente sublimação.

Os jovens lêem os livros de Harry Potter (poucos), muito poucos jornais e quatro horas por dia de trash TV. Pouco informados, não conhecem as vidas de sucesso dos empreendedores, empresariais ou outros, porque os media também lhes dedicam pouco espaço e cobertura.

Não são assuntos que interessam à vampiresca classe C1, C2 e D que garante a subsistência das televisões, principalmente. Não há séries, novelas, programas de rádio, capítulos ou entrevistas em imprensa escrita, com suficiente visibilidade para mudar este estado de alma.

Não só não há, como além das boas intenções, o assunto é pouco mobilizador.

Propus nos últimos dois anos a uma estação de televisão de serviço público e a uma rádio de relevante impacto nacional a concepção de programas que creio inovadores, e rentavelmente e de evidente valor de serviço público, poderiam começar a mudar este estado deprimente. Nem resposta tive!

Neste país de oligopólios diversos continuam a ser os mesmos assuntos, os mesmos políticos, as mesmas banalidades a conquistarem um plateau de que já não necessitam.

Assim, as figuras de Belmiro de Azevedo (SONAE) ou João Carreira (Critical Software) são, surpreendentemente, pouco conhecidas. O reconhecimento de Belmiro de Azevedo junto de 100 jovens estudantes de liceus de Lisboa e Porto é muito baixo, sendo inferior a 50% a sua identificação espontânea.

Para os 38% de jovens que, espontaneamente, o referenciam correctamente, a maioria aponta estilos de vida e comportamento quotidiano que tem muito pouco a ver com a realidade. Projectam-se o empresário como “alguém que acorda tarde, passa pelas empresas para ver como é que estão as coisas e depois à tarde vai jogar golfe” (sic).

Raramente o sucesso do empresário é creditado ao seu trabalho, génio, criatividade ou capacidade de liderança. É atribuído a golpes, a heranças fáceis, à protecção de alguém poderoso ou à desonestidade simplesmente. Cerca de 62% destes jovens pensam que ou se nasce rico ou só “roubando” se chega a ser um empresário de sucesso.

Pela ignorância ou abundância, a admiração pelos empreendedores de sucesso é também muito reduzida e apenas 2 % dos alunos entrevistados defende que gostaria de vir a ser um Belmiro de Azevedo.

Os dias perdidos

Na escola, a vida das empresas e dos empresários é também ainda um conceito vago e incipiente. A vida das empresas está ausente de qualquer currículo ou aproximação pedagógica de escola primária, e no ensino secundário faz normalmente parte duma vaguíssima e teórica cadeira de Introdução à Economia ou na introdução às Contas Nacionais.

Falámos com 12 professores (acumulando mais de 200 anos de experiências profissionais em disciplinas como Português, Matemática, Economia ou Ciências da Vida e da Terra, entre outras) do ensino secundário sobre o tipo de abordagem seguida nas suas cadeiras a estes conceitos e matérias (empresas, negócios e empresários). Nenhum dos professores entrevistados alguma vez abordou estas matérias dum modo sistemático, nem mesmo marginalmente. O que acaba por ser muitas vezes abordado e servido como referencial real pedagógico é, novamente, o emprego do pai, a necessidade de se ter boas notas para se entrar na Universidade e conseguir um bom emprego.

Além de “sentirem” esta segurança à volta do emprego dos pais[8], e do desconhecimento sobre qual a sua profissão, para além do nome, apreendem também pouco sobre a vida das empresas e dos empresários.

Na universidade, consultadas um conjunto das maiores faculdades do país com outras de forte impacto regional (UTAD pe) constatamos a inexistência também de disciplinas sobre empresas e empresários.

A Universidade Católica, polo de Lisboa, por exemplo apresenta como disciplina facultativa no 5º ano de gestão uma cadeira de Projecto Empresarial Aplicado. Em Medicina, Direito ou Engenharia o deserto é total.
Segundo Fernando Branco, Director da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, é suficiente que as noções de empresa sejam abordadas em cadeiras de corpo teórico como Introdução ao Direito ou Microecconomia, não sendo prioridade da Universidade a criação de empreendedores.
José Tribolet e Borges Gouveia acreditam que um dos papéis nucleares das Universidades, independentemente da sua área de ensino é o desenvolvimento do empreendorismo: a criação de competências de criação do auto-emprego, tem sido assim, nos dois casos um dos eixos de acção de ambos os professores com visíveis e muito bem sucedidas ligações entre a escola e a vida dos negócios.

Entrevistados 200 alunos universitários, mais de 81% não tinha nenhuma noção do que era necessário ou como se constituía uma empresa. Apenas oito (4%) sabiam qual o capital social necessário.

Salvaguardando o contributo da ANJE, sempre limitada nos recursos, com a Academia dos Empreendedores, tem sido escasso a mediatização do tema e necessário investimento na mudança de mentalidades e enquadramento operacional. Apenas agora começamos a ver aparecerem programas universitários especificamente concentrados sobre esta temática (Pós-Graduações no ISEG e INDEG) e tardam em conseguir suficiente notoriedade as iniciativas empreendedoras (Geração Fantástica, Prémio Milénio Sagres, Prémio Empreendedor do Ano, etc)

Fim da Universidade, início do conforto

Nos seus dias de estudante, por outro lado é ainda rara a experiência do trabalho na adolescência, não havendo tomada de consciência do que é uma empresa e um empresário, por dentro. Não surge no decorrer da vida de mais de 95% dos jovens portugueses nenhum, nem sequer presencial, contacto com qualquer realidade empresarial portuguesa.
O mito do curso acabado dará assim, inevitavelmente, a este bias e consequente cedência perante as estratégias de recrutamento das grandes multinacionais. Que apoiam os job-shops, que gerem cuidadosamente expectativas e carreiras dos recém licenciados, que pagam remunerações muito acima da média que podem pagar as micro e médias empresas nacionais, e seguramente muito mais do que o salário que se fixa para si próprio a maior prte dos jovens empresários, no início da sua vida empresarial.

Por outro lado também, o escasso pé-de-meia da adolescência dá origem a uma voraz vontade de rapidamente recuperar o défice de consumo.

Um jovem licenciado, os poucos que acabam os cursos, quer rapidamente um contrato de trabalho que lhe permita sair à noite, ter um carro, viajar e até, mesmo entre os 22 e 25 anos, comprar casa.

Somos dos países europeus com maiores índices de conforto: taxas de penetração do telemóvel; maior posse de casa própria; parque automóvel mais novo.

O licenciado é impaciente para consumir, não gaba nem quer para ele a via dos empresários, que desconhece, e não quer perder a imersão do conceito de via yuppie multinacional, que antes só era possível nas três douradas do marketing (Procter, Unilever e Nestlé) hoje alargadas a muitas outras alternativas de mercado (telecomunicações, banca, retalho) e empresariais (Vodafone, Jerónimo Martins, SONAE, PT) muito bem consideradas pelos recém-licenciados.

O jovem licenciado, evolui lenta mas seguramente na sua carreira.
Vai dobrando o seu salário em cada três anos, acrescentando turbos, is e cabrios às tipologias dos seus automóveis, ganhando equipas e começando a viajar.
Dá umas entrevistas para umas revistas da especialidade e é reconhecido pelos seus pares.
Não vê à sua volta exemplos embaraçantes de sucesso empresarial na sua geração. Muito poucos atingem conforto, riqueza e projecção sócio-profissional por conta própria no mundo dos negócios antes dos 35.

Como dizia Christian Bale, em American Psycho[9], ninguém tem melhores cartões de visita que os seus.

Com bons ginásios, créditos para tudo e alguma coisa, multas para não pagar, dívidas para não pagar, com o crédito hipotecário a 3% a compra de casa é um passo fácil para quem se quer casar. E ter filhos. E passar ao lado de qualquer vocação empresarial que como já vimos não é muito alta[10].

A estigmatização sócio-.profissional gerada por um fracasso – falência ou despedimento – é muito mal tolerado nos países latinos e que acrescenta nos jovens receio adicional de assunção de riscos, especialmente por conta própria, onde o faz sózinho. Em Portugal quem é despedido ou leva uma empresa sua à falência é riscado do mapa. Bancos, contratadores, futuros sócios não querem mais se associar a “fracassados”.

Não é assim na cultura anglo-saxónica. Numa multinacional de grande consumo, nos anos 90, o responsável pelo lançamento dum novo detergente – que tirava tanto as nódoas que estragava a roupa - causou milhões de prejuízo pela inadequação duma fórmula que se esperava fosse a melhor do mercado. Dois anos após esse erro foi convidado para ser o número um dessa organização cargo que ocupou quase dez anos. A lógica é simples: quem errou aprendeu, não cometerá os mesmos erros, aprendeu a gerir o seu fracasso e preparou melhor a organização para que não voltem a acontecer.

Em Portugal não acertar na primeira empresa que se constitui, bem justificável, até pelas razões já apontadas é normalmente “a morte do artista”. E ninguém quer morrer cedo.

Por fim, a solidão. Trabalhar por conta própria significa passar os primeiros anos a falar consigo próprio. Até a empresa crescer e contratar quadros profissionais qualificados, socialmente inteligentes, o jovem empreendedor sente-se fora do mainstream do pensamento e reflexão económico e das tendências de gestão, sendo muito mais difícil a projecção e reconhecimento social do sucesso.

Os sobreviventes
Na escassíssima probabilidade de algum ermita reviver a esta tentativa de amolecimento assalariado, o que acontece aqueles que no fim disto tudo querem mesmo arrancar com a sua empresa?

Conheci na minha vida alguns tipos de proto-empresários:

O garanhão
Jovem, em constante necessidade de auto-reconhecimento, normalmente com background familiar sólido e protector, onde o dinheiro raramente é uma questão, com boa apresentação e fluência e que acredita ter descoberto a grande ideia da sua vida, com que acha que vai ficar rico rapidamente, sem grande esforço. Salvaguardadas algumas excepções de Direito e Medicina, estuda Economia ou Gestão na Católica, ISCTE, Nova ou FEUP.
O solitário
Proveniente de famílias de rendimentos inferiores ou ambientes domésticos intranquilos, conseguiu com dificuldade acabar o seu curso superior, e só tem uma ideia na cabeça: não vai seguir as pegadas do pai e matar-se a trabalhar toda a vida para ganhar pouco, ter pouco tempo para a família e morrer só e doente;
O pipi de Cascais
Conhece miúdas giras e sempre foi tido como o esperto do grupo. Desde cedo que faz pequenos negócios com os quais ganha dinheiro que o tornam independente e senhor do seu grupo de referência;
Mr. Scrooge
Não ficou rico a ganhar dinheiro mas sim a não o gastar. Independentemente do sector de actividade é tão rigoroso nas suas aplicações e investimentos que vive frugalmente, com absoluta ausência de riscos. Trabalha muitas horas, sobrevive em ambientes de negócios maduros e saturados.
O desesperado
Foi despedido pela terceira vez consecutiva, o seu nome torrou-se no mercado e já toda a gente lhe disse que ele não volta a arranjar emprego; depois da 45ª entrevista decidiu arrancar com aquela ideia que teve aos 13 anos e que nunca ninguém “lançou”, pensa ele;
O Prémio da Montanha
Estava na empresa na altura certa. Porque o seu chefe emigrou, porque a empresa foi vendida ou por qualquer outra razão incidental e imprevisível, juntou alguns apoios e muita coragem e tomou conta dos destinos daquela ou doutra empresa. Acredita no saber, que o que sabe, pode levar consigo, e que é capital exclusivo e escasso.

Desta riqueza de perfis menos de 1,5% das pessoas que alguma vez demonstram intenção de constituir a sua empresa alguma vez a realizam.

3.000 metros obstáculos

Capital
É preciso algum capital para investir. O problema não é normalmente o valor entre 1000 e 5000 Euros com que se pode começar qualquer empresa com quota maioritária ou não. A falta de capital crítica é o fundo de maneio que permita ao jovem empresário remunerar-se em níveis minimamente aceitáveis na fase de arranque da empresa e sobreviver à selva dos pagamentos.
Em Portugal o sistema financeiro não está feito para emprestar dinheiro a pessoas ou empresários mesmo que bem demonstrem a respectiva adequada remuneração. É mais fácil a quem tem 5 milhões de Euros conseguir um empréstimo de 50 milhões do que a quem tem 2500 Euros conseguir os 2500 que necessita para o capital social.
Fizemos uma investigação. Elaborámos o plano de investimento duma empresa perfeita: Sócios com curriculum profissional e académico impecável; ideia altamente inovadora e de forte incorporação tecnológica; cartas de intenção de compra dos seus produtos e serviços de clientes nacionais e internacionais; rápida recuperação do capital investido; TIR de 300%. Enviámos um business plan com toda a documentação (numa belíssima apresentação em 3D) para 8 empresas de capital de risco, algumas tuteladas por capital público e as maiores privadas.
Destes 8 contactos recebemos uma chamada duma delas a marcar a reunião,,..que nunca chegou a acontecer, mas não por nossa responsabilidade !!! Em todas as outras nunca conseguimos sequer estabelecer um contacto inicial: ”Sim, o Sr. Dr. Está de férias”, “Não vale a pena ligar mais, depois ligamos nós, “Já enviou a proposta?”.

O mesmo foi feito para a banca comercial da qual seleccionámos as cinco agências dos maiores bancos portugueses mais perto do escritório da empresa. Aqui nem contacto conseguimos estabelecer, apesar de entregarmos em mão um Business Plan em suporte escrito.

Tesouraria
Pagamentos de IRC por conta, IVA a pagar antes dos recebimentos de clientes, desrespeito absoluto pelos prazos combinados de pagamento quer os serviços sejam a grandes, quer pequenas e médias empresas estrangulam o funcionamento no início da vida do empresário.

Aliás, refiro aqui, exemplarmente, que enquanto o IEFP subsidia estágios profissionais num valor não menosprezável (durante 9 meses, a recém-licenciados, paga cerca de 40% do salário de 2 salários mínimos) o que permite aos pequenos empresários terem alguma capacidade de recrutamento de talento, num processo que funciona, apesar da tremenda carga documental que é necessária: não existe nenhum estímulo nem financiamento eficaz à criação do próprio emprego, pois as velhinhas ILEs (Iniciativas Locais de Emprego, que obrigam pelo menos à posse do capital social), são hoje actualmente inadequadas, de processamento administrativo complexo e moroso, e em declínio acelerado[11]. Dos Sajes e programas congéneres nem vale a pena falar. Há casos de três anos de espera. Demoram tanto tempo e são tão complexos que todos os anos devolvemos milhões à origem (UE) de fundos não aplicados.
Infra-estruturas
A capacidade de instalar a empresa num espaço alugado é muito limitada pelas deficiências dum mercado de arrendamento, que parece que vai finalmente mudar mas onde, por enquanto, não fornece áreas aos novos empresários em condições que estes possam suportar (rendas altas, garantias bancárias, necessidade de obras, etc.). Novamente utilizando o cliente-mistério contactámos os três famosos ninhos de empresas (onde o de Lisboa, alberga, por exemplo 19 empresas) mas também os CACES, na dependência do IEFP, que dão formação e apoio técnico, normalmente pouco úteis, mas também espaço e logística, normalmente os apoios mais procurados.
Infelizmente também aqui não fomos felizes. A não ser no CACE de Sto. Tirso não há espaços disponíveis, a não ser em part-time nocturno[12] num dos ninhos de empresas.
De qualquer dos modos deve ser dito que dois dos três ninhos e cinco dos oito CACES não chegaram a responder aos nossos pedidos. Obviamente que a “empresa” apresentava-se adaptada às exigências administrativas formais de cada CACE e ninho, com os sócios e actividade a serem locais e a respeitarem todos os critérios de admissão; também não ajudam os fornecedores incontornáveis (utilities, telecoms, redes) ainda muito longe da eficácia necessária na sociedade competitiva em que têm de triunfar os pequenos empresários.
Paciência
Quando constituí a minha primeira empresa em Portugal, fui ao primeiro Centro de Formalidades da Empresa e num dia a empresa ficou a funcionar. Este tempo acabou. O prazo de constituição tem vindo a crescer e hoje já não é possível demorar menos de um mês. Mas o prazo é bem menos importante do que o inferno administrativo e processual por que se passa. Só os mais resistentes e tenazes sobrevivem.
Desenvolvimento Comercial
Alguns motivos complicam a via do empresário em afirmação: incumprimento de prazos de pagamento (superiores a 120 dias) que liquidam algumas empresas por ano, especialmente as mal estruturadas em termos de fundo de maneio; a exigência de condições não paritárias com os fornecedores instalados (exigência de garantias bancárias, em particular); os alinhamentos institucionais ou internacionais que impedem o desenvolvimento de novos fornecedores em determinados mercados[13], sendo estes casos mais evidentes nos mercados de consultoria onde o relatório álibi (de utilidade ex-post face às tomadas de decisão) só pode ser creditado por uma marca instalada; vejam-se também os custos de associação, onde, por exemplo pertencer à associação representativa de Estudos de Mercado, APODEMO, custa um valor incomportável para jovens empresários;
Periferia
Somos inevitavelmente um país periférico em relação à Europa e pequeno em relação ao mundo. Mercados pequenos como o nosso, que se saturam rapidamente, convidam à rápida internacionalização, em particular para os jovens empresários, tipicamente em mercados de brainware (software, pe., metodologias e processos, etc).
Esta expansão é dificultada: pela distância geográfica, menos relevante em mercados de serviços; pela falta de redes de apoio local (outros portugueses, pe); pela falta de reputação do empresário português nos mercados internacionais.

Cinco Passos para Um Portugal Empreendedor

1. Objectivo Mudança de Mentalidades
Governantes, políticos e dirigentes empresariais, públicos ou privados, demais líderes de opinião, reforçarem a preocupação e urgência da criação duma nova classe de empreendedores em Portugal, fixando uma meta ambiciosa para os próximos 10 anos “Vamos ser o pais mais empreendedor do mundo. 25% dos recém licenciados vão criar o próprio emprego, no primeiro ano após a licenciatura”[14];
Arregimentar entidades e organismos públicos e privados (confederações de pais, editores, professores, académicos, cientistas e meios de comunicação social pe.) para esta temática, desenvolvendo instrumentos de divulgação como por livros, fascículos, concursos, seriados ou programas de entretenimento (realidade ou ficcionados) à volta da vida dos empreendedores portugueses, explicando o que é um empresário e porque existe pelo menos mais uma alternativa ao emprego assalariado; incluir jovens empresários nas comitivas da Presidência e Governo; instalar um gabinete certificador das infra-estruturas e capacidades operacionais das pequenas empresas; acrescentar integração, dignidade e visibilidade às iniciativas públicas de reconhecimento de sucesso de jovens empresários, nomeadamente as da ANJE;
2. Objectivo Preparação
Inserir nos curriculum desde a primária (no secundário e universitário seriam obrigatórios em todos os cursos incluindo Medicina e Direito) disciplinas ou segmentos curriculares à volta dos empresários, da vida das empresas, apresentando casos de sucesso e fracasso, explicando o que faz um empresário, que diferenças existem entre os dias de uns e outros, riscos envolvidos, etc..;
3. Objectivo Facilitação
Estabelecimento de protocolos entre Empresas, Grandes Empresários, Câmaras Municipais, Bancos e Ministérios adequados para a instalação de parques empresariais para jovens empresários, no centro das cidades contribuindo para a riqueza local e fixação das populações[15]. As estadias seriam de curta duração (máximo 12 meses), feitas em regime de empréstimo com os serviços básicos centrais garantidos (recepção, sala de reuniões, recepcionista, …) e incluídos nos serviços à empresa; lançar um verdadeiro sindicato (eventualmente liderado pela CGD) de venture e seed capital, cujos fundos seriam geridos por jovens empresários, de experiência e mérito provados, onde haja capital, as decisões sejam rápidas e compreensíveis e de fácil execução administrativa, e se apoiem e estimulem iniciativas de novos empresários e não de empresários jovens; estabelecer um protocolo de respeito entre as grandes corporações e as empresas “jovens” na tentativa de cumprimento de prazos de pagamento acordados; criação de um quadro fiscal de estímulo à criação de micro empresas onde Segurança Social, IVA e IRC fossem reduzidas a valores de compromisso (entre um a cinco por cento, nos primeiros 3 anos), de acordo com o emprego, VAB e duração da empresa.


[1] Foi o Eng. Miguel Pais do Amaral, que entrevistado no Missão: Empreendorismo ironizou sobre a nossa lusitana competência de em sucessivas gerações, expulsarmos os empreendedores que poderiam mais fazer pelo país: primeiro foram os judeus que acumulavam riqueza, conheciam o valor do dinheiro, depois as ordens religiosas que abundavam em organização e método ajudando a manter a ordem social; depois os ambiciosos trabalhadores da classe média empobrecida, forçadas a emigrar; e finalmente no pós-25 de Abril, primeiro com a fuga apressada dos empresários para fora do país, depois, a partir dos 80s, com a sedimentação de relevantes talentos portugueses no exterior (Obikwelu em Madrid, Alberto Ramos em Nova Iorque, António Damásio, Júlio Pomar em Paris et al, agora até Durão Barroso…);
[2] Entendido neste projecto como a percentagem de alunos que criam a sua própria empresa nos primeiros doze meses a seguir ao fim da licenciatura por vocação e não porque não têm mais nenhuma alternativa de vida. No conceito mais convencional empreendorismo é a actividade de criar empresas, que contam para os índices nos três primeiros anos de existência, independentemente da idade ou situação profissional do empresário. Para P. Druckler empreendedor é aquele que cria algo novo, diferente; finalmente, foi Schumpeter que associou o empreendedor ao desenvolvimento económico e inovação, “às novas combinações”;
Apesar das 14489 novas empresas criadas em Portugal em 2003 e aproximarem-se das 100 o número de falidas em 2004;
[3] Informação disponível no INE, Ministério da Economia, Global Entrepreneurship Monitor 2003;
[4] Fugindo de definições académicas complexas ou de interpretações reducionistas tayloristas, entendamos emprego como uma relação parametrizada e contratualizada, de prestação de serviços dum indivíduo a uma empresa, remunerada, de média/longa duração, onde se espera do trabalhador o desempenho quotidiano de tarefas relativamente semelhantes e da empresa o pagamento desses serviços;
[5] Área económica altamente geradora de empregos, em particular nos sectores de luxo, trabalho intensivos (golfe, Hotelaria 5 estrelas, termas, EcoTurismo, Turismo histórico, cultural);
[6] Ou mãe, não é relevante para a descrição saber se trabalham mãe, pai ou os dois;
[7] Segundo o Estudo Missão Empreendorismo, 78% dos jovens com idades entre os 10 e 15 anos não é capaz de fazer uma descrição, mesmo que simplificada, das tarefas que desempenha o seu pai no emprego onde está, enquanto 91% não é capaz de o fazer em relação aos bens e serviços que a empresa produz e distribui;
[8] No que é uma ordem que passa de pai para filho. Ricardo Monteiro quanto questionado sobre porque nunca tinha seguido os seus impulsos empreendedores, dizia:” quero uma vida tranquila, sem sobressaltos como os que vi na vida do meu pai, empresário.“
[9] “American Psycho” livro de Bret Easton Ellis sobre o relevo atribuído aos sinais sócias de riqueza e poder.
No Road-Show da ANJE em que participei durante mais de 3 anos, perguntei a mais de 1800 alunos universitários “Quem quer ser empresário?”. A percentagem foi inferior a 3%. E destes 3%, 2,95% ficam-se pelas intenções, nunca chegando sequer a saber o que é necessário, formalmente, para começar.
[11] Independentemente das estatísticas, o autor expõe aqui uma opinião mais qualitativa, do feedback de candidatos a estes programas.
[12] Na altura do estudo. Num dos, ninhos havia uma sala que era disponibilizada a partir das 18h.
[13] Como referia Miguel Ângelo, vocalista dos Delfins, que tendo lançado um estúdio de gravação, nunca pensou ser tão feroz a competição das majors na captação do novo talento, libertando muito pouco espaço à diferenciação do produto e formatos.
[14] Todos os empresários entrevistados - Pais do Amaral., João Rendeiro, Belmiro de Azevedo - declararam que salvaguardadas certas condições –a sua disponibilidade e interesse em participar numa iniciativa mobilizadora do empreendorismo em Portugal.
[15] Não se trata da velha dependência dos subsídios e fundos perdidos. Como referiu João Carreira, fundador e gestor da Critical Software, que exporta know-how para gigantes da indústria mundial, “…eu não preciso de apoios. Mas espero que o Estado intervenha quando o mercado não funciona…”.
[i][i][i][i] O texto que aqui escrevo não pretende de modo algum constituir uma elaboração científica sobre o tema. Para esta redacção recorri a três fontes de inspiração e informação: a minha experiência na ANJE onde fui director nacional durante 6 anos; no âmbito do Road-Show visitei mais de 60 Liceus e Universidades em todo o país, tendo dialogado com mais de 2.000 alunos de cursos de diversos estabelecimentos públicos e privados; onde fui formador durante 6 anos da Escola do Empreendedor onde, por ano, entre 15 e 30 potenciais empresários, ambiciosos, tentavam estruturar ideias ou assumir a decisão de avançar ou não com o seu projecto; onde desenvolvi com Francisco Vanzeller e José Maria Cazal Ribeiro um projecto intitulado “Missão: Empreendorismo” sob a égide do movimento Missão Portugal, cujo sinopse foi apresentada no 7º Congresso da ANJE ao Ministro José Arnault e a muitos empresários mais atentos a esta problemática; a minha experiência de pequeno empresário[i] na qual participei directamente ou indirectamente na criação de mais de 16 empresas desde Novembro de 1997; algum trabalho de pesquisa e investigação, nomeadamente em Portugal e Moçambique no âmbito da preparação da minha tese de Mestrado em Estudos Africanos, onde estudei o problema das suas conceptualizações teóricas; e da minha participação no projecto de investigação “Empreendorismo em Angola e Moçambique” organizado pelo Centro de Estudos Africanos do ISCTE, coordenado pelo Prof. Dr. José Fialho;
Não parto de nenhuma hipótese a não ser que é possível, em Portugal, em 2004, fazer melhor; que o país precisa de estimular o aparecimento de uma nova classe empreendedora; e que o empreendorismo gera emprego, riqueza, diferenciação, competitividade, felicidade e tranquilidade. Parece pouco…

Miguel Monteiro - Grande Empreendedor!


O Miguel é o dono da Seara, Chip 7 e Introduxi.

O Miguel há uns anos veio assistir a um curso que dei na ANJE sobre Marketing Directo.
Foi um bocadito embaraçante porque não lhe pude ensinar grande coisa.
Uns anos mais tarde entrevistei-o para um projecto de investigação ligado ao Missão Portugal. Mantinha a mesma ambição e postura de simplicidade, perseverança, calma e vontade de aprender.
O Miguel facturava umas dezenas ou centenas de milhar de contos.
Não se queixava, não pedia nada a ninguém, limitava-se a trabalhar, quanto baste e a uma vontade e tenacidade que o fazem suportar todas as contrariedades.
Sentia que podia facturar muito mais, e sacrificou uma parte do seu tempo para aprender.
Aprender faz parte da essência do Miguel.
Vendeu uma parte dos seus negócios a uma empresa que deixou de existir pouco depois. Soube dar a volta à contrariedade e ainda ganhar com o assunto.
Daqui a uns anos voltarei a encontrar o Miguel. E o Miguel vai continuar a gostar de aprender.
Faz parte da sua essência. A de saber que sabe pouco, e que quanto mais souber mais factura.
Faz parte da essência de quase todos os empreendedores que conheço. Talvez mais no Miguel do que noutros.

Perfil dum Empreendedor!

O Zé Miguel vai longe na vida.
Porque é curioso, educado, inteligente, determinado, gosta da vida, de aprender e de seguir o seu rumo. Simples?
Para se compreender um empreendedor talvez seja boa ideia lerem o seu percurso.
Actualmente está em vias de representar para a Europa e US os interesses dum gigantesco grupo têxtil chinês.

CV
José Miguel Ferraz Ferreira Queimado
Commonwealth Hall - Cartwright Gardens - WC1 H9EB - London
Tel: +44 (0) 20 71217815
E-mail: miguel.queimado@gmail.com
5 April 1983
Nationality: Portuguese

Academic Qualifications

2004/05 Georgetown University, Master of Foreign Service, concentrating in Finance and Development
2004/05 King’s College London, War Studies Department, exchange program from Sciences Po Paris
2002/04 Two years in Sciences Po Paris (Institut d’Etudes Politiques de Paris), studying
International Relations, Politics and, Economics.
June 2002 French Baccalaureate (Scientific). 17/20 in the Official High school Certificate
1985/2002 Student at the French school of Lisbon

Languages
Portuguese: Native language
Spanish, French and English: Excellent command of both written and spoken languages
German: Intermediate (2 years study)
Mandarin: Beginner (1 year of study)

Computer skills
Highly Skilled using Microsoft Office (Word, Excel, PowerPoint), HTML and Internet Explorer.


Professional Experience

Jun to Aug 2005 Full-time employee at Citigroup - Investment Banking Division
- Financial Institutions team, working around 80 hours/week
- Summer Analyst working with senior bankers on presentations and live deals
Jan to May 2005 Working with MP in the House of Commons (UK) for Home Office
- Part-time assistant to MP Steve McCabe (PPS to Home Secretary, Charles Clarke)
- Working directly to Mr McCabe, 20 hours/week, 2 or 3 days/week
- Researcher on specific Home Office subjects
- In charge of establishing a profile of Mr McCabe’s opponent’s policies
Summer 2004
Two months Internship in a Bank (BNU) in Macao (CHINA)
- A rotating experience in the main departments
- A longer stay in the Financial Markets Department, working directly with the Chief Dealer
- Direct contact with some of the bigger clients, during institutional or social events
Sep 2003 Implementation of a Fair-Trade Project in Ecuador
- A personal initiative organized in conjunction with the “Fondation Nature Humaine” in Ecuador and local groups
- Establishing of a link with Europe (Portugal – France)
Summer 2003
Two months Full-Time Teacher at the Rodriguez School in Ecuador
- Teacher of all the subjects
- Responsible for 20 children between ages of 6-12
- Teaching in Spanish
1999 – 2002 Viniturismo (Lisbon)
- Administrative tasks for corporate accounts, Management of computer databases
- Direct contact with the clients
1998 - 2000 Culturgest (Lisbon)
- Administrative tasks involving the implementation of cultural projects organised by Caixa Geral de Depósitos
Expo 98 Lisbon Engaged for two months in the organizational services

Extra-curricular Activities


Initiatives

 President of the KCL Labour Party Student branch 2004/2005
 King’s Ambassador
 Elected Academic Board Student Representative, International Students’ Representative and NUS Delegate for King’s College, 2004/2005
 Member of LSE Macro-Economics Research group and member of the LSE Financial research group 2004/2005
 Member of the LSE Investment Society
 Elected Students’ Union Treasurer 2003/2004
 Chilean Delegate in the Security Council in the “Model United Nations” in Bonn, 2003
 Participation in European Students’ Convention in Rome in 2003 and Paris in 2002
 Since 2003, engaged in an organization for Indigenous Rights (RECOKA)
 Students’ representative on most courses during two years at Sciences Po
 Collaboration with a doctor on video footage of several operations
 Member of l’AEL (Assemblée des Élèves du Lycée) at the French school of Lisbon


Sports

 Rugby and Water Polo in King’s College Team
 Rugby, Golf and Football for Sciences Po Paris
 A Rugby player, since the age of 8 in CDUL team, played as a member of the Portuguese National team 1998-2000. Vice-captain of the National Team in England and Wales (1999), World Sevens Rugby Cup in Dunkirk (2000). Won one Portuguese Cup, two National Championships and one Iberian Cup
 Show Jumping, Volleyball, Cross Country, Hockey and Karate


Referees

Herculano de Sousa
Chief Executive Officer of BNU Macao (China)
Av. Almeida Ribeiro 22
P.O. BOX 465
Macau - China


Professor Jerome Grévy
Department of History
Sciences Po Paris
Hôtel Chaboureau
49, Place Charles de Gaulle
86000 Poitiers - France

Sérgio Pereira e Alexandre Moreira


Coneci o Sérgio em 1993 quando foi meu aluno de Marketing no ISCTE.
Mais tarde conheci o Alexandre que estava à frente das lojas Ensitel de S. Paulo.
Eram os dois muito novos quando tiveram de decidir o que queriam fazer profissionalmente. A carreira do licenciado em Portugal, ou uma aventura empresarial no Brasil.
Ficaram no Brasil 5 anos, levando depois mais um português, o Alexandre Moreira.
Não ficaram ricos, mas também não perderam dinheiro nem deixaram dívidas.
Ganharam um capital de experiência quase únicos em Portugual.
Ganharam a capacidade de gerir recursos escassos, de gerir prioridades, de liderar equipas, de enfrentar e gerir dificuldades de tesouraria.
E fizeram-no assumindo riscos.
A vida trouxe-os de volta a Portugal.
Mas não ficarão por cá.
Porque a capacidade de gerarem riqueza em Portugal, não lhes garantirá a recompensa suficiente. E mais tarde ou mais cedo, como todos os corajosos emigrantes, vamos perdê-los
Porque continuamos a valorizar os mesmos activos - a média da escola, a experiência numa multinacional de grande consumo, um MBA.
E estes jovens têm muito mais do que MBA, têm um LBA (life in business and administration).
E é pena.

ANJE


A ANJE é uma associação que muito fez pelo empreendorismo em Portugal.
Funciona melhor no Norte do que no Sul, e entre as suas principais iniciativas contam-se; a Escola do Empreendedor; a Feira do Empreendedor; A Academia e Road-Show do Empreendedor e o Portugal Fashion.
O que ainda falta fazer na ANJE é estimular a criação de negócios entre os associados e acrescentar valor à associação nomeadamente no fornecimento de informação, na organização de encontros formais ou informais, na internacionalização, entre outros.
No fim de tudo, talvez mesmo o melhor contributo da ANJE tenha sido o de inventar a palavra em Portugal, e a lançado na agenda mediática, política e social do país.

Fernando Sapinho e Paulo Morgado

O Fernando e o Paulo foram uns alunos de Economia que conheci há 25 anos, na Universidade Nova.
Na altura havia empregos para toda a gente. Ter emprego significava ter carro, dinheiro para as noites e poder viajar. O tipo de trabalho que se fazia não interessava muito, até porque, como nunca ninguém trabalhava enquanto estudante, não havia referências.
O Fernando e o Paulo arranjaram um emprego para poderem consumir como os outros.
Os pais do Fernando e do Paulo não são ricos.
Algum tempo mais tarde encontraram-se e estavam os dois muito infelizes.
Queriam mais da vida, queriam mais do trabalho, queriam maior liberdade.
E criaram uma empresa que decobria supermercados para as cadeias que se expandiam vertiginosamente.
E começaram a facturar. Tinham salários pequenos e percorriam o país de lés-a-lés, na dureza, todos os dias, todas as semanas, enquanto os amigos das multinacionais compravam fatos novos e onduziam carros com ar condicionado e telemóveis da última geração.
Pouco tempo depois foram a Espanha e trouxeram um franchising imobiliário, a ERA.
Ontem, estávamos a jogar poker, eu, um amigo meu, director dum grande banco, um presidente duma grande agência de meios, um membro do Governo, e eles os dois.
Ganhamos todos entre os 4000 e 6000 euros de salário líquido.
Mas enquanto o presidente e o membro do governo estão sempre a prazo, o Paulo e o Fernando têm um activo que vale, diria eu, entre 10 a 20 milhões de Euros. Os outros talvez um vigésimo disso. O Fernando e o Paulo não vão precisar da Segurança Social.
Daqui a 3 ou 4 anos, deixam de trabalhar e vão fazer tudo o que querem.
Génios? Não, pessoas normais que fixaram um objectivo, trabalharam para ele e agora vão poder descansar. Aos 40 anos. Eles conseguiram!!

Concurso de Ideias da ANJE

Mais uma vez a ANJE convidou-me para dar a sessão de formação que premeia as melhores ideias apresentadas no concurso referido.
Das 21 candidaturas, apareceram 17 potenciais empresários.
Biotecnologia, serviços a terceiros, retalho, software constituíam o grosso dos interesses e áreas cobertas.

Doutorados, jovens sem sequer acabarem o 12º ano, tudo indivíduos com vontade, determinação e ambição. Que falta fazem a Portugal.
Se as ideias são boas ou não, pouco importa.
Passámos 8 horas juntos.
Que bom que é conhecer o futuro de Portugal.
Ainda há esperança.

Jaime Henriques - Vencedor do Concurso Nacional de Ideias de Negócio da Anje 2006

Ganhou o Concurso Nacional de Ideias de Negócio da ANJE, edição de 2006.
Quer aprender mais, construir os seus negócios, ser independente.
Sabe o que quer, para onde quer ir, como lá chegar e a fazer alguns sacrifícios para lá chegar. As 4 etapas do true entrepreneur.
Jaime Henriques vai ter sucesso na vida.
Vai ser rico e poderoso.
E vai ajudar a construir um Portugal melhor.
A trabalhar, a inovar, a arriscar.
Tem 19 anos e o seu discurso de marketing parece conseguido ao fim de 10 anos de multinacional. Estuda numa escola técnica, onde só tem 19s e 20s. Alguém lhe disse que tinha de continuar e ele ouviu e vai mesmo continuar.
Sabe ouvir e mudar de opinião.
Fazem falta mais Jaimes.
Os novos D.Henriques.

Portugal e Espanha

As empresas deslocalizam-se de Portugal para Espanha.
As melhores empresas portugesas são vendidas a empresas espanholas.
Alguns empresários querem manter centros de decisão em Portugal. Mas logo a seguir vendem as suas empresas aos centros de decisão espanhóis. Assim, despudoradamente....
E este é um movimento imparável.
Porque os decisores económicos têm objectivos claros e são racionais.
E não há movimento social, partido político ou líder visionário que os possam travar.
E Portugal?
Pequena economia aberta à procura dum rumo.
Nos próximos 6 anos eceberemos milhões do 3º quadro europeu. Mais milhões de FDI. Servirão de pouco no que era necessário, e serão necessários onde haverá pouco.
Com Bill ou sem ele, e apesar de Sócrates, daqui a 10 anos estaremos na mesma.
Mais longe das médias de riqueza do resto dos europeus, mas mais felizes.
E não é isso que importa?

Bill Gates


Bill Gates nasceu em berço dourado, filho de pais da alta burguesia americana.
O avô deixou-lhe um milhãozito de dólares, que nos 70 eram uma data de massa.
Não acabou os estudos.
Lançou um sistema operativo que melhorou a vida de todas as pessoas.
Pegou no dinheiro que acumulou e está a tentar tratar de alguns males do mundo.
Deixa-nos duas mensagens:
1 - Faz o que gostas;
2 - Em tudo há um lado bom.
E provavelmente não terá havido na história do nosso pequeno planeta alguém que tenha feito tanto bem a tanta gente.
E por isso devemos gostar dele.